domingo, 29 de novembro de 2009

Noitada


Ontem, saí para a balada com um grupo de amigos e confesso, que há muito precisava de um agito e recordar bons tempos. Fomos para um bar da moda em Cascais, onde a diversidade de frequentadores e repertório musical, faz deste bar um ponto de encontro concorrido.

Tenho uma relação aberta com meu marido, onde o ciúme e a desconfiança não tem lugar marcado na nossa convivência a dois e por ele estar no estrangeiro a trabalhar, nunca me impediu de sair para me divertir. Sei o meu lugar e nunca vou faltar-lhe com o respeito!
Fomos comemorar o aniversário de uma pessoa muito querida, com direito a champanhe e um bolo prá lá de saboroso.

O que me chamou à atenção, foi a quantidade de homens sozinhos de copo na mão e a outra no bolso da calça, a olhar para as supostas presas ou senão, a nos despir com seus olhares famintos durante toda à noite. Havia no nosso grupo algumas mulheres desimpedidas e nenhuma delas foram chamadas para dançar, conversar ou ser cortejada.

Disseram-me que os frequentadores assíduos, sabem que é quem e as novidades são analisadas ao pormenor(???). Para quê? Ficar a noite toda chupando o dedo??? Há tantas vozes à reclamar de solidão, amores desfeitos e o que constatei, é que o copo de whisk é o companheiro mais fiel de um homem sozinho na noite.

Este distanciamento, é culpa de homens e mulheres que perderam o frescor da sedução, sendo o que impera é o sexo fácil que descarrega as frustações de cada um.

Já não existe aquele pé de valsa, o rosto colado ao outro, o cheiro do drops de hortelã, aquela música que fala de amor, paixão ou felicidade.
Hoje, é música no mais alto som, alucinações, danças descompassadas, batidão, funk e gestos tresloucados.

O romantismo ficou remetido ao segundo plano, e eu, sem querer, me peguei a observar para as pernas das pessoas na pista de dança que mal saiam do lugar.
Quem são elas? O que fazem? Nunca vou saber! Mas o que sei, é que muitas delas, não vão ter história para contar aos seus filhos de como era o tempo do romantismo, do amor possível e impossível, do vestido rodado, dos segredos e do proibido. Ah!...como era bom viver o proibido, aquele medo de ser descoberto, a mão atrevida, as confidências.

Mesmo assim, o romantismo sufocado, clama por justiça através do rapaz das "Rosas". E ele estava lá, todo sorridente, preocupado com o seu ganha-pão. É um personagem que não pode faltar nestes bares, pois é confortável acreditarmos que ele é a última prova que o amor é possível, mesmo que por algumas horas.

Afinal, toda mulher gosta de rosas e de preferência vermelhas.

2 comentários:

Ju disse...

Adorei e tens toda a razão.
Falas com a convicção da mulher resolvida que és.
Eu adoro rosas, mas as amarelas são as minhas favoritas :)
B.Ju

DIABINHOSFORA disse...

Ah! Tens razão sim...sinto-me sempre deslocada nesses ambientes, onde o engate é a palavra de ordem.
É degradante, não tem nada de bonito. São mesmo outros tempos :((

Beijos