quinta-feira, 16 de julho de 2009

Meu Coração Bate Por Você.


Desde a minha adolecência, decidi que só teria filhos a partir dos 30 anos. E o que estava decido, foi concretizado quando completei 34 anos de vida. Veio um menino com uma pressa enorme de descobrir o mundo exterior e nasceu aos 8 meses de gestação. Sem maiores problemas, voltamos para casa, a vida seguiu seu rumo e as descobertas de padecer no paraíso por alguns momentos, tornou-se um caos no melhor sentido.

A medida que ele foi crescendo, comecei a desconfiar que ao subir um simples patamar de escadas, ficava cansado e com a face avermelhada.
Durante uma consulta, resultado de vómito e diárreia, foi-lhe diagnosticado "sopro no coração". Fiquei sem palavras, pois durante 7 anos nenhum médico foi capaz de detectar, o que foi tão simples para uma médica da Africa do Sul que atendeu meu filho no Hospital de Cascais.

Muitas informações desencontradas e finalmente descobrimos uma Cardiologista Pediátrica no Hospital Santa Cruz em Lisboa e em 2006 aos 12 anos, meu filho foi operado de "Cardiopatia Congénita", onde foi implantado uma válvula aórtica e fará um tratamento a base de anti-coagulante para o resto da vida.

Como foi um caso raro e por ele ser ainda uma criança, foi uma cirúrgia sem custos e só temos que agradecer do fundo do coração ao HSC. Nunca houve fila de espera felizmente.

Meu filho leva uma vida normal e agora mais consciente, decidiu emagrecer e aderiu definitivamente (espero), uma alimentação natural que é mais saudável.
É muito importante evitar cortes (pois o sangue não coagula) e infelizmente não pode ir à sua terra-natal, enquanto não descobrirem uma vacina contra a "dengue" que pode ser fatal por causa de hemorragia. Tens que ter paciência filho!

Tempos depois da cirúrgia, ele sentia vergonha da cicatriz no peito e não gostava de ficar só de calções na praia por causa dos olhares e perguntas.
Sofria silenciosamente e no auge da adolecência é uma situação difícil de lidar. Meu instinto de mãe teve que intervir e consegui convencê-lo que a cicatriz que ele carrega no peito salvou a sua vida e a minha.

3 comentários:

Irina A. disse...

Apesar de ser triste eu adorei esta história, adorei a tua fé, e adorei esse amor tão grande.
Um beijinho no coraçãozinho dos dois :)
Kitty

Ana C. disse...

Marcia adorei o final desta história e a forma que arranjaste de explicar a um jovem filho preocupado com o lado físico da vida que aquela cicatriz está ali por um bom motivo.
Essa anomalia cardíaca não é logo detectada à nascença? Aliás, dentro da barriga da mãe? Penso que sim e costuma ser logo operada. É realmente chocante percebermos que a maior parte dos médicos não sabe o que anda a fazer.
Fico feliz por tudo ter acabado bem.
Grande beijinho para os dois :)

Marcia P. disse...

Ana,
Era suposto ter detectado nas primeiras horas do nascimento. Desde o pré-natal que éramos acompanhados por um bom médico particular, num hospital tido como
referência, mas algo falhou e deu nisto.