Na minha vida, raramente recebo o que quer que seja de mão beijada e o destino que sempre me põe à prova e o mesmo destino que jamais me desampara.
Gosto de ajudar as pessoas, é algo que está em mim, mas fico chateada, desanimada, desacreditada e o que é pior, torna-me incapaz em administrar traições e falta de respeito.
Não gosto de ser "Porto Seguro" por tempo determinado, por oportunismo e é por isto, que meu círculo de amizade é reduzidíssimo.
Não quero que me vejam como uma amiga para "emprestar dinheiro", pagar uma imperial a um aflito, ser convidada para beber um café e na hora que chega a conta, sobra aqui para a idiota pagar.
Ontem,uma conhecida que está desempregada, veio me pedir socorro pois precisava de 10,00€ para o filho ir à Lisboa levantar a Autorização de Residência. Disse que sim, e na hora que entreguei o dinheiro, ela imediatamente pediu a minha empregada para ir ao café comprar um maço de tabaco, pois estava desesperada para fumar. Fiquei pasmada com tamanha cara de paú e comecei a calcular o que o filho gastaria para ir à Lisboa.
Hoje encontrei com esta mãe "aflita", perguntei-lhe se tudo foi resolvido, porém, recebi um "não" como resposta. O dinheiro não deu!
Façamos as contas: - comboio ida e volta = 3,50 - metro ida e volta= 1,70 - pagamento de uma taxa que faltava para a Aut.Resid= 5,00€ - Total 10,20€
Conclusão: o vício vence os fracos e os fracos perdem os amigos. Não é tanto pelo valor da despesa e sim pela necessidade da mesma. Daqui, não sai mais nenhum tostão.